Uma nova escalada de tensão entre Rússia e Ocidente reacendeu os temores de um possível conflito global. Dmitry Rogozin, senador russo e ex-chefe da agência espacial Roscosmos, emitiu uma ameaça direta ao Reino Unido, listando 23 possíveis alvos militares e industriais britânicos que poderiam ser atacados caso o país continue apoiando a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
A lista de alvos foi baseada no documento “Defence Industrial Strategy 2025”, publicado pelo próprio governo britânico, e inclui locais estratégicos espalhados por toda a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Segundo Rogozin, o Reino Unido se tornaria “extremamente perigoso” se continuar a fornecer apoio militar a Kyiv.
A ameaça veio em resposta às declarações do ex-secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, que sugeriu que o Ocidente deveria tornar a Crimeia “inabitável” para os russos, utilizando armamentos de longo alcance. Rogozin reagiu duramente, acusando os líderes britânicos de revelarem suas verdadeiras intenções e aconselhou oligarcas russos a não enviarem seus filhos para estudar no Reino Unido, alertando que o país se tornou “mortalmente perigoso”.
A retórica foi reforçada por Vladimir Solovyov, apresentador da TV estatal russa, que apoiou Rogozin e chegou a citar o uso do drone nuclear Poseidon, sugerindo que o Reino Unido poderia “simplesmente deixar de existir”.
O clima de hostilidade se intensifica também com episódios recentes envolvendo outros países da OTAN. A Estônia acusou a Rússia de violar seu espaço aéreo com caças MiG-31, e a Polônia relatou a incursão de drones russos em seu território, acionando o Artigo 4 do tratado da aliança. Em meio a isso, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que os aliados deveriam “derrubar aviões russos” se as violações continuarem — declaração que foi duramente criticada por diplomatas russos.
A tensão aumentou ainda mais com a sugestão, veiculada pela mídia russa, de detonar um navio da Segunda Guerra Mundial carregado de explosivos no estuário do Tâmisa, como forma de retaliação ao apoio britânico a ataques contra refinarias russas.
O cenário aponta para uma deterioração acelerada das relações entre Rússia e OTAN, com riscos crescentes de um confronto direto.