A Igreja da Inglaterra anunciou, nesta sexta-feira (3/10), a nomeação de Sarah Mullally, de 63 anos, como a nova arcebispa de Canterbury — a 106ª pessoa a ocupar o cargo desde o ano 597 e a primeira mulher na história a assumi-lo. Mullally substituirá Justin Welby, que renunciou há quase um ano após escândalos relacionados a abusos. Sua eleição está marcada para janeiro, com posse prevista para março.
Atualmente bispa de Londres desde 2018, Sarah já havia feito história ao ser a primeira mulher a ocupar esse posto. A trajetória de Mullally é marcada por sua atuação anterior como enfermeira e, posteriormente, como diretora de Enfermagem do governo britânico nos anos 2000. Ela é casada com Eamonn, um arquiteto de TI nascido na Irlanda, com quem tem dois filhos adultos: Liam e Grace.
Como arcebispa de Canterbury, Mullally liderará uma comunidade de aproximadamente 85 milhões de anglicanos em todo o mundo. Sua nomeação representa um marco significativo na história da Igreja Anglicana, tradicionalmente liderada por homens. A nova arcebispa é reconhecida dentro da igreja por seu trabalho em tornar os ambientes eclesiásticos mais seguros e acolhedores.
Apesar do prestígio, Sarah Mullally enfrentará desafios importantes em sua nova função. Entre eles, estão a queda contínua na participação dos fiéis e as divisões internas sobre temas como a inclusão de pessoas LGBTQIA+.
Ao assumir o cargo de bispa de Londres em 2018, Sarah declarou que sua vocação original na enfermagem moldou sua abordagem pastoral, destacando a compaixão e a cura como elementos centrais de sua identidade espiritual.
Sua ascensão ao cargo mais alto da Igreja Anglicana é vista como um símbolo de avanço na igualdade de gênero dentro da instituição religiosa e pode sinalizar novas abordagens para questões contemporâneas enfrentadas pela igreja.