Um trágico acidente com uma Tesla Cybertruck reacendeu o debate sobre a segurança dos veículos elétricos com sistemas de portas eletrônicas. O caso ocorreu em 27 de novembro do ano passado, em Piedmont, na região da Baía de São Francisco (EUA), e resultou na morte de três estudantes universitários: Krysta Tsukahara, de 19 anos, Jack Nelson, de 20, e Soren Dixon, de 19.
Segundo relatos, o veículo colidiu em alta velocidade contra um muro de contenção e uma árvore, provocando uma explosão e incêndio. Apenas um dos quatro ocupantes sobreviveu, conseguindo escapar com a ajuda de um espectador que quebrou o para-brisa.
As investigações indicam que Tsukahara e Nelson sobreviveram ao impacto inicial, mas morreram queimados e intoxicados pela fumaça por não conseguirem sair do carro. O motivo, segundo os familiares, seria o sistema de portas da Cybertruck, que travou após a colisão cortar a energia do veículo. As portas, que funcionam por meio de botões elétricos alimentados por uma bateria de 12 volts independente, deixaram de operar, obrigando os ocupantes a usar uma liberação manual difícil de localizar em meio ao caos.
As famílias de Krysta e Jack processam a Tesla por negligência, alegando que o design do sistema de portas é falho e perigoso. O advogado Roger Dreyer declarou que a Tesla tem conhecimento do problema, mas continua vendendo veículos com esse sistema sem fornecer alternativas seguras de saída em emergências. A ação judicial afirma que Krysta sofreu dor e angústia emocional nos seus últimos momentos ao perceber que não conseguiria escapar.
Apesar de o relatório da Patrulha Rodoviária da Califórnia apontar que os jovens haviam consumido álcool e drogas, além de estarem em alta velocidade, as famílias insistem que a responsabilidade da Tesla é clara. Para elas, o veículo jamais deveria ter se tornado uma armadilha mortal.
O caso levanta questões sobre a segurança de sistemas totalmente eletrônicos em veículos modernos e o quanto o design pode comprometer a sobrevivência em situações extremas.