
Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, prevê a formação de um novo supercontinente chamado Pangeia Última — também conhecido como Pangeia Próxima — dentro de aproximadamente 250 milhões de anos. Esse processo geológico, que já ocorreu diversas vezes ao longo da história da Terra, envolve o movimento contínuo das placas tectônicas, que lentamente empurram os continentes até que se unam novamente.
Segundo as simulações publicadas na revista Nature Geoscience, os atuais continentes se moverão em direção à região onde hoje está a África, formando uma única massa continental. A Europa se unirá pelo norte, a Austrália colidirá com a Ásia, e as Américas, incluindo o Brasil, se deslocarão em direção ao leste e ao sul. A Antártica também fará parte dessa união. A Nova Zelândia, no entanto, deve permanecer isolada.
A formação da Pangeia Última trará mudanças drásticas ao planeta. A concentração de terras longe dos oceanos reduzirá a influência moderadora das águas, tornando o clima muito mais quente e seco. De acordo com o climatólogo Alexander Farnsworth, esse rearranjo poderá dobrar a temperatura média da superfície terrestre, com algumas regiões atingindo até 60 °C.
Além disso, o aumento da atividade vulcânica, causado pelo choque entre placas tectônicas, liberará grandes quantidades de dióxido de carbono, intensificando o efeito estufa. Combinado ao aumento gradual da luminosidade solar ao longo de bilhões de anos, estima-se que cerca de 84% da superfície terrestre se tornará inabitável, transformando-se em desertos áridos. As áreas mais habitáveis ficarão restritas a regiões como o extremo norte da Rússia e o sul do Chile.
Embora esse cenário esteja muito distante no tempo, os cientistas alertam que ele contribui para a compreensão dos limites da habitabilidade do planeta e reforça a importância de ações imediatas para preservar o clima atual. A Terra está em constante transformação, e o modo como lidamos com o meio ambiente hoje pode influenciar significativamente as condições de vida no futuro, mesmo que remoto.