
Um novo perfil de personalidade está ganhando destaque no campo da psicologia: o “outrovertido”. O termo foi proposto pelo psiquiatra Rami Kaminski no livro The Gift of Not Belonging e descreve pessoas que interagem socialmente com naturalidade, mas sem perder a própria identidade ou depender emocionalmente dos outros.
Diferente dos conceitos clássicos de introversão, extroversão e ambiversão — que se baseiam em como a energia é gasta ou recarregada em interações sociais —, o outrovertido é definido pela sua capacidade de manter a autonomia emocional mesmo em ambientes coletivos. Ou seja, ele participa ativamente de grupos, mas sem se fundir emocionalmente a eles.
Kaminski destaca que o outrovertido evita a “sincronização afetiva automática”, ou seja, não absorve as emoções alheias nem se molda às expectativas do grupo. Essa pessoa valoriza autenticidade, originalidade e liberdade de pensamento, mesmo em contextos sociais intensos.
Entre os principais sinais que caracterizam esse perfil estão:
1. Preferência por interações em pequenos grupos, com desconfiança de grandes círculos sociais;
2. Autonomia emocional, mesmo em ambientes festivos ou agitados;
3. Valorização da originalidade em vez de aprovação social;
4. Capacidade de ter visibilidade pública sem necessidade de pertencimento;
5. Identidade fluida, com resistência a rótulos e pertencimentos fixos;
6. Apreço por relações de baixa manutenção, com vínculos profundos, mas não exigentes;
7. Autenticidade ao discordar, com liberdade criativa e pensamento independente.
Embora ainda não reconhecido oficialmente pela psicologia científica, o conceito de outrovertido oferece uma nova lente para entender as nuances do comportamento humano. Ele propõe uma abordagem mais complexa sobre como nos conectamos socialmente, sugerindo que a qualidade das interações e a preservação da identidade são tão importantes quanto o nível de sociabilidade.
A ideia pode ajudar muitas pessoas a se compreenderem melhor e a planejarem suas relações pessoais e profissionais com mais clareza, priorizando ambientes que respeitem sua autonomia e autenticidade.