
Uma mulher de 42 anos foi encontrada em estado crítico dentro da própria casa, na cidade de Świętochłowice, na Polônia, após ter passado 27 anos confinada em um único cômodo por seus pais. O desaparecimento de Mirella, como é conhecida, ocorreu quando ela tinha apenas 15 anos, em 1998. Desde então, ninguém teve notícias dela, e os pais alegavam que a filha havia sumido sem deixar rastros.
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Durante todos esses anos, os vizinhos não suspeitaram de nada. A verdade veio à tona apenas quando a polícia foi chamada à residência por outro motivo e, ao entrar, encontrou Mirella extremamente debilitada, com feridas profundas nas pernas e sinais severos de desnutrição. Ela não recebia cuidados médicos e seu único contato humano era com os pais.
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A dona da casa, de 82 anos, tentou minimizar a situação, mas os policiais perceberam a gravidade do caso. Apesar de Mirella afirmar que estava bem, ela foi levada imediatamente ao hospital. Os médicos constataram que ela estava à beira da morte devido a uma infecção grave. O tratamento durou cerca de dois meses.
A redescoberta de Mirella comoveu a comunidade. Luiza, uma ex-vizinha, ficou chocada ao reencontrá-la. “Ela parecia uma idosa. Eu me lembrava dela como uma adolescente cheia de vida”, relatou. A população local passou a visitá-la no hospital e iniciou uma campanha de doações para ajudá-la a reconstruir sua vida.
Mirella agora enfrenta um longo processo de reabilitação física e emocional. Por ter sido mantida isolada por tanto tempo, ela não possui documentos, nunca foi atendida por médicos e não tem qualquer registro oficial. Aleksandra Salbert, uma das voluntárias, disse que a mulher é gentil e cheia de sonhos, mas não tem identidade, seguro ou qualquer vínculo com o Estado.
Atualmente, ela não tem fonte de renda nem está cadastrada como desempregada, o que a torna invisível para o sistema. Voluntários já providenciaram roupas, medicamentos e estão buscando assistência jurídica para regularizar sua situação perante o governo.
O caso ganhou repercussão por lembrar outros episódios de aprisionamento prolongado. Em um caso recente, uma adolescente foi resgatada após anos trancada em um banheiro por sua mãe e padrasto. Situações como essas revelam realidades de isolamento extremo que muitas vezes passam despercebidas pela sociedade.