A repórter Shannel Pearman, de 29 anos, viveu uma reviravolta poucos dias após dar à luz ao primeiro filho, em Baltimore, nos Estados Unidos. O que era para ser um dos momentos mais felizes de sua vida terminou em uma corrida contra o tempo para sobreviver a um AVC hemorrágico, provocado por uma complicação pós-parto.
Na manhã de 1º de junho de 2019, uma semana após o parto, Shannel acordou com uma forte dor de cabeça e visão turva. Ao perceber que parte da visão havia sumido, ela ligou para a mãe, enfermeira, que insistiu para que fosse imediatamente ao hospital: “Era para ser o momento mais feliz da minha vida. Tínhamos acabado de ter nosso primeiro filho, mas, de repente, tudo mudou”.
Shannel havia relatado sintomas de inchaço e pressão alta durante o final da gestação, mas foi tranquilizada pelos médicos de que “era normal”. Após o parto, foi liberada com a recomendação de retornar para avaliação seis semanas depois. O quadro, no entanto, se agravou rapidamente.
No hospital, a jovem mãe passou horas sem um diagnóstico preciso até que sua mãe chegou e exigiu uma tomografia. O exame confirmou o que ela estava tendo um AVC hemorrágico, causado pela ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro. “Foi inacreditável. Eu era jovem, saudável, tinha acabado de sair do hospital e estava tudo bem”, disse.
Pouco depois, Shannel perdeu a consciência e foi levada para uma cirurgia de emergência. Os médicos removeram parte do crânio para aliviar o inchaço cerebral. Quando despertou, dias depois, já não tinha a visão periférica e precisou reaprender tarefas simples. “Acordar e não conseguir enxergar foi devastador. Mas, mais do que tudo, eu estava grata por estar viva”, relatou.
Durante sua internação, o marido, Jared, aprendeu sozinho a usar a bomba de leite para alimentar o bebê. “Ele não sabia como fazer, então precisou descobrir sozinho. Nossa família criou um revezamento para garantir que nosso filho recebesse meu leite”, lembrou.
Shannel recebeu alta poucos dias depois, mas teve de usar um capacete protetor até passar por uma nova cirurgia, quase dois meses mais tarde. “Eu odiava aquele capacete. Era pesado e desconfortável, mas salvou minha vida”, contou.
++ Trump ameaça ação militar contra Hamas: “Não teremos escolha a não ser matá-los”
Com o tempo, ela recuperou parte dos movimentos e voltou a caminhar, embora ainda enfrente sequelas cognitivas e crises de enxaqueca. “Tudo que eu faço hoje é afetado pela lesão cerebral. Às vezes, não consigo achar palavras ou escrever direito. Mas sigo em frente”, expressou.
A jornalista decidiu compartilhar sua recuperação nas redes sociais, transformando sua experiência em ferramenta de conscientização sobre AVC e saúde materna. Um de seus vídeos, em que tenta lembrar o nome da cor amarela, ultrapassou 6 milhões de visualizações. “Quase não postei, achei que era constrangedor. Mas as pessoas se conectaram com aquilo. Foi emocionante ver que minha história ajudou outras pessoas a não se sentirem sozinhas”, contou.
Hoje, aos 35 anos, ela encara a rotina com dois filhos pequenos e as limitações da lesão cerebral. “Onde minha cabeça precisa de silêncio, meus filhos me dão o oposto. Sim, tudo isso é difícil, mas eu escolhi viver. Quero aproveitar o que tenho, porque minha velha versão se orgulharia disso”, finalizou.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, no Twitter e também no Instagram para mais notícias do 111Next.