O Ministério Público de São Paulo (MPSP) ofereceu denúncia contra Roberta Cristina Veloso Fernandes, acusando-a de participar de quatro homicídios qualificados ao lado da irmã gêmea, Ana Paula Veloso Fernandes. As duas são apontadas como responsáveis por uma série de mortes por envenenamento ocorridas entre janeiro e maio deste ano, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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A denúncia foi protocolada na Vara do Júri de Guarulhos e assinada pelos promotores Rodrigo Merli Antunes e Vania Cáceres Stefanoni. Segundo o documento, Roberta demonstrou o mesmo padrão de frieza e crueldade que a irmã, sendo considerada uma serial killer. Os promotores também afirmam que ela tentou atrapalhar as investigações, destruindo provas e tentando incriminar inocentes.
As vítimas identificadas são Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres. Todas morreram após consumir alimentos contaminados com “chumbinho”, um veneno ilegal utilizado para matar ratos. Ana Paula teria preparado os alimentos envenenados, com incentivo e apoio de Roberta, conforme os autos.
O primeiro homicídio ocorreu em janeiro, quando Marcelo, dono do imóvel onde as irmãs viviam, foi morto para que elas se apropriassem do local. Em abril, Maria Aparecida foi envenenada em uma tentativa de incriminar um ex-namorado policial de Ana Paula. No mesmo mês, Neil foi morto no Rio de Janeiro, supostamente por encomenda da própria filha, Michele Paiva da Silva, que também está presa.
O último crime aconteceu em maio, em São Paulo, quando Hayder Mhazres, um tunisiano que conheceu Ana Paula por aplicativo, foi morto. Após o crime, Ana tentou se passar por companheira grávida da vítima para obter vantagens financeiras. Roberta teria participado do plano e esperava receber parte dos lucros.
Roberta foi denunciada por quatro homicídios qualificados, todos cometidos com veneno e com meios que dificultaram a defesa das vítimas. A Promotoria classificou os crimes como hediondos. As irmãs usavam vínculos afetivos para se aproximar das vítimas e aplicar os venenos em comidas e bebidas.
A defesa das acusadas, representada pelo advogado Almir da Silva Sobral, alega que ainda é cedo para conclusões e que o princípio da presunção de inocência deve ser respeitado. A defesa de Michele Paiva não foi localizada até o momento.