
O ator e músico sueco Björn Andrésen, conhecido internacionalmente por sua atuação no longa “Morte em Veneza”, de 1971, faleceu no domingo, 25 de outubro, aos 70 anos. Sua partida reacendeu discussões sobre a vida difícil que teve, marcada por fama precoce, traumas emocionais e isolamento.
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Nascido em 26 de janeiro de 1955, Andrésen enfrentou a perda da mãe aos 10 anos, após ela cometer suicídio. Criado pela avó, que sonhava em ver o neto se tornar famoso, ele foi incentivado desde cedo a seguir carreira artística, como forma de realizar o desejo da família.
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Ainda adolescente, Björn foi escolhido pelo diretor italiano Luchino Visconti para estrelar o filme, o que o transformou em um fenômeno global e lhe rendeu o título de “o garoto mais bonito do mundo”. No entanto, essa fama trouxe consigo uma série de desafios, especialmente o assédio e a pressão, para os quais ele não estava preparado.
Em entrevistas, o ator revelou sentir-se extremamente desconfortável com o rótulo de beleza. Em 2003, disse ao jornal The Guardian que se sentia “como um animal exótico em uma jaula”, comparando sua experiência com a histeria que cercava os Beatles nos anos 1960.
Durante as filmagens e eventos de divulgação, Andrésen passou por situações traumáticas. Aos 16 anos, foi levado por Visconti a uma boate gay, acompanhado por homens adultos. Ele relatou que se sentiu impotente para reagir, temendo as consequências sociais de uma negativa.
Com o tempo, tentou seguir carreira artística longe da imagem do personagem que o consagrou, mas admitiu que a sombra do filme o acompanharia para sempre. Em 2021, afirmou que sua vida foi profundamente impactada pela obra, e que mesmo após cinco décadas, ainda era lembrado por ela.
No documentário “The Most Beautiful Boy in the World”, lançado em 2021, Björn revisitou sua história, revelando as dores emocionais causadas pela fama precoce. O filme mostrou o contraste entre a imagem pública de perfeição e a realidade interna de sofrimento e solidão.

