Novas mensagens eletrônicas, divulgadas por parlamentares democratas nos Estados Unidos, trouxeram novamente à luz a controversa ligação entre Jeffrey Epstein e o presidente Donald Trump. Os e-mails, trocados entre 2011 e 2019, foram coletados durante investigações sobre os bens de Epstein e sua colaboradora Ghislaine Maxwell.
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Epstein, que faleceu em 2019 enquanto estava sob custódia aguardando julgamento por acusações de tráfico sexual de menores, era conhecido por seu círculo de amizades influente, que incluía empresários, políticos e celebridades. Trump, na época um proeminente empresário do setor imobiliário e figura da televisão, foi visto em diversas ocasiões ao lado de Epstein em eventos sociais em Nova York e na Flórida.
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Nos anos 1990, Trump chegou a elogiar Epstein publicamente, chamando-o de “um cara ótimo” com uma preferência por mulheres jovens. Posteriormente, o presidente afirmou ter cortado relações com ele após um desentendimento relacionado à tentativa de Epstein de contratar funcionários do clube Mar-a-Lago. Em um e-mail de 2011, Epstein comentou com Maxwell que Trump era “o cachorro que ainda não latiu”, referindo-se ao fato de que, apesar de uma vítima ter passado horas com ele, seu nome nunca havia sido mencionado.
Outras correspondências revelam o diálogo entre Epstein e o escritor Michael Wolff, que o alertou sobre possíveis questionamentos da mídia a Trump. Wolff sugeriu que Epstein deixasse Trump se comprometer sozinho, caso ele negasse envolvimento com o financista. Em outro trecho, Wolff cogitou que Trump poderia até defendê-lo, dizendo que era vítima do politicamente correto.
Um e-mail de janeiro de 2019 causou forte impacto: nele, Epstein alegava que Trump “sabia sobre as meninas” e teria pedido a Maxwell que “parasse”, mencionando o clube Mar-a-Lago. A mensagem foi enviada à Comissão de Supervisão da Câmara, levantando suspeitas sobre possíveis omissões da Casa Branca.
O deputado Robert Garcia afirmou que os documentos levantam dúvidas sobre o que o governo pode estar escondendo. Em resposta, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, acusou os democratas de manipular informações para atacar Trump. Ela afirmou que a mulher citada nos e-mails seria Virginia Giuffre, que declarou publicamente que Trump sempre a tratou com respeito.
Leavitt também mencionou que Trump teria expulsado Epstein de seu clube por comportamento inadequado com funcionárias. Segundo ela, os e-mails têm como objetivo desviar a atenção dos feitos do presidente. Epstein, que já havia escapado da prisão em 2008 por meio de um acordo judicial controverso, foi preso novamente em 2019 e morreu semanas depois em circunstâncias que ainda geram questionamentos.
Ghislaine Maxwell foi condenada em 2021 por ajudar Epstein em seus crimes e cumpre pena de 20 anos. As novas revelações reacendem o debate sobre a profundidade dos vínculos de Epstein com figuras poderosas, incluindo Trump, cujo nome continuava presente nas conversas privadas do financista até pouco antes de sua morte.
