
Violência contra mulheres: uma crise global e negligenciada dos direitos humanos. (Foto: Instagram)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase uma em cada três mulheres no mundo já foi vítima de violência física, seja por parte de parceiros íntimos ou de outras pessoas. A entidade lamenta o baixo avanço no combate a esse problema nas últimas duas décadas, classificando a situação como uma das mais graves e negligenciadas crises de direitos humanos.
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O levantamento da OMS aponta que aproximadamente 840 milhões de mulheres enfrentaram algum tipo de violência ao longo da vida. Nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres com 15 anos ou mais sofreram agressões de seus companheiros. A redução anual dessa violência tem sido mínima, com uma queda de apenas 0,2% ao ano desde 2000.
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O relatório, divulgado pouco antes do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, inclui pela primeira vez dados sobre violência cometida por pessoas que não são parceiras íntimas. Desde os 15 anos, 263 milhões de mulheres sofreram esse tipo de violência, número que especialistas acreditam estar subestimado devido ao medo e à vergonha que impedem muitas vítimas de denunciarem.
A OMS também destaca que o financiamento global para programas de prevenção à violência contra mulheres é insuficiente. Em 2022, apenas 0,2% da ajuda global ao desenvolvimento foi destinada a essa área, e a expectativa é de que esse valor diminua ainda mais até 2025, mesmo diante do agravamento dos riscos causados por crises humanitárias e desigualdades sociais.
O estudo mostra que a violência começa cedo: 12,5 milhões de meninas entre 15 e 19 anos sofreram agressões físicas de parceiros apenas no último ano. A prevalência é maior em regiões pobres, afetadas por conflitos ou mudanças climáticas, como a Oceania (exceto Austrália e Nova Zelândia), onde 38% das mulheres relataram violência doméstica — mais do que o triplo da média global.
Outras regiões com altos índices incluem a Ásia Meridional (19%) e a África Subsaariana (17%). Já América Latina e Caribe (7%), Europa e América do Norte (5%) têm os menores percentuais. Para a OMS, nenhuma sociedade pode ser considerada justa enquanto metade da população vive com medo.

