
Violência doméstica afeta toda a família e ocorre, em sua maioria, na presença de testemunhas, inclusive crianças. (Foto: Instagram)
A mais recente edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto DataSenado e pela Nexus em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), revelou que a maioria dos casos de violência doméstica contra mulheres no Brasil acontece na presença de outras pessoas — muitas vezes, inclusive, com crianças por perto. O estudo ouviu 21.641 brasileiras com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país.
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Entre as 3,7 milhões de mulheres que relataram terem sido vítimas de violência doméstica ou familiar no último ano, 71% disseram ter sido agredidas diante de terceiros. Em 70% dessas situações, havia crianças presentes, geralmente filhos ou filhas das vítimas, o que evidencia o impacto da violência em todo o núcleo familiar.
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De acordo com Marcos Ruben de Oliveira, coordenador do DataSenado, a presença de crianças nos episódios de agressão demonstra como o ciclo de violência se estende além da vítima direta. Apesar da presença de testemunhas, 40% das mulheres afirmaram não ter recebido qualquer ajuda no momento da agressão. O estudo também apontou que 58% das vítimas convivem com a violência há mais de um ano, muitas vezes por medo, dependência financeira ou falta de apoio.
O levantamento mostrou ainda que, antes de recorrerem ao Estado, as mulheres procuram principalmente apoio em suas redes pessoais. Em 2025, 58% buscaram ajuda na família, 53% em igrejas e 52% em amigos. Apenas 28% das vítimas registraram ocorrência em Delegacias da Mulher, e somente 11% acionaram o Ligue 180.
Outro dado preocupante é o desconhecimento sobre a Lei Maria da Penha: 67% das entrevistadas disseram conhecer pouco a legislação, e 11% não sabem nada sobre ela. Esse desconhecimento é mais comum entre mulheres com baixa escolaridade e renda — exatamente o grupo mais vulnerável à violência doméstica. Entre as mulheres analfabetas, 30% desconhecem completamente a lei, enquanto entre aquelas com ensino superior completo esse número cai para 3%.

