
Infecção por Trichophyton indotineae causa lesões severas e coceira intensa na pele. (Foto: Instagram)
Um novo tipo de infecção fúngica tem preocupado autoridades de saúde no Reino Unido. Conhecido como Trichophyton indotineae, esse fungo dermatófito, inicialmente detectado em larga escala no subcontinente indiano, tem se espalhado rapidamente e agora é motivo de alerta em hospitais britânicos.
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Dados recentes apresentados em um congresso médico na Polônia revelam que os casos aumentaram quase 500% nos últimos três anos. Enquanto até 2022 havia apenas 44 registros, esse número saltou para 258 até março deste ano no Reino Unido e na Irlanda. No laboratório nacional de referência em micologia, o T. indotineae já corresponde a 38% das amostras recebidas.
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O que mais preocupa os especialistas é a resistência do fungo aos tratamentos comuns. Muitos isolados não respondem à terbinafina, um dos medicamentos mais utilizados no sistema público britânico. O tratamento eficaz exige o uso de itraconazol, que pode causar efeitos colaterais graves, incluindo danos hepáticos e cardíacos.
O fungo se propaga com facilidade por contato direto entre pessoas e, em alguns casos, por meio de superfícies compartilhadas. Ele provoca lesões avermelhadas e coceira intensa, especialmente na região da virilha, coxas e nádegas, podendo atingir outras áreas se não for tratado adequadamente.
Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças de pele, como eczema ou psoríase, o que dificulta o diagnóstico. O professor Darius Armstrong-James, do Imperial College London, adverte que a falta de testes específicos pode atrasar o tratamento e favorecer a propagação da infecção.
Além dos impactos físicos, o superfungo também afeta a saúde mental e a vida social dos pacientes. Segundo o Dr. David Denning, da Universidade de Manchester, muitos doentes se isolam por vergonha ou desconforto, e casos graves podem deixar marcas permanentes na pele.
Embora a maioria dos infectados até agora seja de origem sul-asiática, especialistas alertam que a tendência é de crescimento generalizado. O aumento constante dos casos já preocupa os profissionais de saúde pública no Reino Unido.
A combinação de alta capacidade de contágio, resistência a medicamentos e dificuldade de diagnóstico coloca o Trichophyton indotineae como um desafio emergente para sistemas de saúde em todo o mundo.

