O caso da morte de Kerstin Gurtner, de 33 anos, durante uma escalada no pico mais alto da Áustria, o Grossglockner, voltou a chamar atenção por envolver condições extremas e acusações de negligência. O episódio ocorreu no inverno de 2024 e gerou grande comoção no país, especialmente entre praticantes de montanhismo.
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Kerstin e seu companheiro, Thomas Plamberger, experiente alpinista, começaram a subir pela rota Stüdlgrat em 18 de janeiro. A montanha, que possui 3.798 metros, apresentava temperaturas de até -20 °C na ocasião. Por volta das 22h, quando estavam a cerca de 45 metros do cume, Kerstin não conseguiu mais prosseguir devido ao cansaço e ao frio intenso.
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Thomas decidiu descer sozinho por volta das 2h da manhã para buscar socorro, deixando Kerstin desprotegida contra os ventos cortantes e o frio extremo. Ela faleceu cerca de seis horas depois, vítima de hipotermia. A primeira tentativa de resgate, feita por helicóptero às 7h, foi cancelada por causa do vento forte. Somente às 10h os socorristas conseguiram chegar até ela.
Após o ocorrido, Thomas publicou mensagens emocionadas nas redes sociais, que foram posteriormente apagadas. Em uma delas, declarou: “Sinto tanto a sua falta. Dói demais”. Em outra, escreveu: “Para sempre no meu coração. Sem você, o tempo é sem sentido”.
Com o avanço das investigações, promotores austríacos decidiram processá-lo por homicídio culposo, alegando negligência grave. A acusação destaca que Thomas, por ser experiente, deveria ter garantido a segurança da parceira, que nunca havia participado de uma escalada tão exigente no inverno.
Entre os erros apontados estão a demora em acionar os serviços de emergência, a falha em sinalizar para um helicóptero policial que sobrevoou a área às 22h50, e o fato de não usar os equipamentos de proteção térmica que carregavam. Também foi mencionado que ele teria colocado o celular no modo silencioso, ignorando ligações da polícia de montanha.
Thomas nega as acusações e afirma que tudo não passou de uma tragédia, e que a decisão de deixá-la momentaneamente foi tomada em conjunto. O julgamento está previsto para fevereiro do próximo ano, em Innsbruck. Enquanto isso, amigos e familiares de Kerstin criaram uma página online em sua memória.
