Um documento revelado pelo Valor Econômico trouxe à tona um episódio que reacendeu suspeitas e indignação: a Justiça havia decretado a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, ainda em 2019, mas a ordem nunca chegou a ser cumprida. O caso, mantido sob sigilo absoluto, só veio à tona agora — e levanta sérias questões sobre tratamento privilegiado e decisões judiciais misteriosamente engavetadas.
Segundo a reportagem, Vorcaro chegou a solicitar que um segundo processo, também envolvendo seu nome, permanecesse em segredo de Justiça. A justificativa apresentada por sua defesa era de que a exposição pública poderia causar “prejuízos irreparáveis”, tanto pessoais quanto empresariais. A Justiça aceitou — e o caso ficou trancado a sete chaves por anos.
A revelação vem justamente no momento em que o empresário é alvo de novas investigações e pressões do Ministério Público Federal, que tenta recolocá-lo na prisão por suspeitas ligadas a operações financeiras do Banco Master — investigações que, recentemente, foram parar no STF após menção ao nome de um deputado federal nos autos.
Especialistas do setor jurídico afirmam que ordens de prisão não cumpridas são extremamente incomuns, especialmente em casos envolvendo crimes financeiros. A situação levanta dúvidas sobre interferências externas, manobras processuais e a possibilidade de que autoridades tenham retardado, deliberadamente, o cumprimento da decisão judicial.
Enquanto isso, o noticiário coloca Vorcaro novamente sob os holofotes. A combinação entre segredo de Justiça, decisões não executadas e movimentações recentes no Supremo provoca um clima de incerteza no mercado financeiro, que observa cada novo capítulo como um possível terremoto regulatório.
O que se sabe é que o cerco parece estar se fechando. Com novos processos, pedidos de prisão atualizados e a supervisão direta do STF, o desfecho desse enredo promete ser explosivo — e pode finalmente revelar por que uma ordem tão pesada dormiu na gaveta por quase seis anos.

