O pedido para que Banco Master retome a custódia do seu ex-controlador, Daniel Vorcaro, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) — reacendendo a crise que abalou o sistema financeiro e político do país.
Na manhã da última quinta-feira (4/12), a desembargadora Solange Salgado da Silva, do TRF‑1, remeteu à Corte todos os processos relacionados ao Banco Master que estavam sob sua relatoria — entre eles, o recurso do Ministério Público Federal (MPF) exigindo o retorno de Vorcaro à prisão.
A decisão segue determinação do ministro Dias Toffoli, que exige que todas as decisões sobre o caso sejam tomadas pela mais alta corte. Segundo Toffoli, houve conexão com foro privilegiado após a menção de um deputado federal nas investigações — o que transferiu a competência para o STF.
Vorcaro havia sido solto no fim de novembro, após a prisão preventiva decretada durante a operação Operação Compliance Zero — que investiga suposta fraude bilionária de créditos falsos negociados pelo Banco Master. Na soltura, a desembargadora impôs medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar o país e restrições para atividades no ramo financeiro.
Mas, para o MPF, as cautelares não garantem controle suficiente. No recurso, a procuradoria argumentou haver “altíssima probabilidade de fuga e de violação da ordem pública”, além do risco de destruição de provas e ocultação de bens ainda não apreendidos.
Com a remessa ao STF, o futuro de Vorcaro — e de outros executivos investigados — permanece incerto. A decisão final sobre o retorno à prisão preventiva ficará a cargo da Corte, obrigando o país a esperar. A operação que desnudou o suposto rombo pode ganhar novos desdobramentos — e nada indica que o fim deste enredo será tranquilo.

