No Sul de Minas Gerais, um crime brutal chocou a população: a professora Luana Leal Silva Rocha, de 25 anos, foi gravemente ferida após ter cerca de 60% do corpo queimado em um ataque denunciado como feminicídio. A suspeita é de que o autor, o namorado dela — um jovem de 19 anos —, jogou gasolina sobre a vítima e ateou fogo durante uma discussão no distrito de Sobradinho, em São Tomé das Letras (MG), na tarde de sexta-feira (05/12).
De acordo com o relato que Luana fez à polícia, a discussão começou dentro da casa onde ela mora sozinha. O suspeito, segundo ela, teria usado a violência como resposta ao conflito. Moradores ouvidos afirmaram ter escutado gritos desesperados — alguns chegaram a pensar que a casa inteira estava pegando fogo — antes de socorrerem Luana.
Apesar da gravidade, Luana conseguiu pedir ajuda e foi levada inicialmente ao posto de saúde local. Devido ao estado crítico das queimaduras, ela foi transferida para a UTI do Hospital São Sebastião, em Três Corações. Restaurantes à frente de bancos de sangue foram contatados para tentar ajudar no tratamento, enquanto a polícia recolheu provas: entre elas, um galão de dois litros com vestígios de gasolina, recolhido no local do crime para perícia.
O suspeito fugiu após o ataque e agora é procurado pela polícia. A investigação corre sob suspeita de tentativa de homicídio qualificado, com qualificadoras de feminicídio, uso de meio cruel e motivo fútil — uma denúncia que reflete a gravidade e brutalidade do ato.
O caso reacende, mais uma vez, o debate sobre a violência contra a mulher no Brasil e sobre o quão vulneráveis ficam vítimas de relacionamentos abusivos — especialmente quando decidem recomeçar ou romper laços tóxicos. O medo, a dependência emocional e a perda de liberdade podem custar caro, como demonstra o drama vivido por Luana.
Hoje, a comunidade local se mobiliza em vigílias e campanhas de apoio à professora — enquanto pressiona as autoridades por justiça. A história de Luana é um grito urgente: parar a violência contra mulheres não pode depender só da sorte, mas de ação firme, denúncia e proteção real às vítimas.

