Desde muito cedo, o caminho de alguns jovens é marcado por batalhas — não apenas nas salas de aula, mas dentro do próprio corpo. É o caso dos pacientes da doença inflamatória intestinal Crohn, condição que exige tratamento contínuo, atenção com alimentação e muitas vezes longas internações.
Relatos recentes mostram que há quem transforme esse sofrimento em força. Um jovem brasileiro, que completou 18 anos recentemente, celebra sua aprovação antecipada no vestibular após superar um passado de perdas e lutas: segundo familiares, ele perdeu o irmão pequeno ainda criança, conviveu anos com sintomas graves de Crohn — chegando a passar por internações — e mesmo assim manteve a dedicação aos estudos.
A ‘doença silenciosa’ — como muitos chamam a Crohn — pode passar despercebida por um bom tempo. Dor abdominal, diarreia, desnutrição, crises frequentes — sintomas que confundem, atrasam diagnóstico e abalam a rotina. Apesar disso, com tratamento adequado, acompanhamento médico e muita força de vontade, há quem encontre uma maneira de seguir em frente.
Para esse jovem, cada retorno às aulas, mesmo entre remédios e tratamentos, era um ato de coragem. Ele precisou abrir mão de aulas, convites e até uma vida social normal várias vezes. Mas o foco no futuro e o sonho de cursar uma universidade o mantiveram firme — mesmo quando o corpo dizia “não”.
Hoje, com o resultado do vestibular em mãos e o diagnóstico sob controle, ele vê a aprovação não apenas como conquista acadêmica, mas como vitória pessoal — símbolo de que superação não é palavra vazia. Para a família, representa esperança: “um novo começo”, dizem, com fé de que o pior já passou.
Apesar de casos semelhantes existirem — como o de um jovem do Ceará diagnosticado com Crohn, que falou abertamente sobre os desafios da doença, a alimentação restrita e o impacto diário na saúde e autoestima — é raro ver histórias com final feliz tão concreto. Esse resultado acende luz sobre a importância de diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio emocional.
Essa história é, acima de tudo, um lembrete: para quem convive com uma doença crônica, os obstáculos são reais — mas com resiliência, coragem e amor da família, é possível escrever novos capítulos. Cada conquista conta muito mais quando custa caro: saúde, paciência e luta diária.

