A Lei Rouanet alcançou um marco histórico em 2025 ao registrar a captação de R$ 765,9 milhões apenas no primeiro semestre, o maior valor já arrecadado desde a criação do programa. O número impressiona e reforça o peso do incentivo fiscal na cultura brasileira, mas também reacende um debate antigo: quem, de fato, está ficando com a maior fatia desses recursos?
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Segundo os dados destacados na publicação, embora o dinheiro financie projetos culturais em diversas áreas, uma parcela significativa segue sendo direcionada a artistas já consagrados, com forte estrutura de mercado e fácil acesso a grandes patrocinadores. Na prática, o recorde de arrecadação não significa, necessariamente, democratização do incentivo.
O crescimento expressivo da captação é visto por defensores da política cultural como um sinal de retomada do investimento no setor, duramente afetado nos últimos anos. Eventos, espetáculos, exposições e produções audiovisuais voltaram a ganhar fôlego, impulsionados pelo interesse de empresas em associar suas marcas a projetos culturais.
Por outro lado, críticos apontam que criadores independentes e iniciativas menores continuam encontrando barreiras para acessar a Lei Rouanet. Falta de visibilidade, dificuldade para atrair patrocinadores e burocracia excessiva fazem com que muitos projetos sequer saiam do papel, mesmo com o volume recorde de recursos disponíveis.
O contraste entre cifras bilionárias e a concentração em nomes já famosos levanta questionamentos sobre o modelo atual do programa. Especialistas defendem ajustes que ampliem o acesso, descentralizem os investimentos e garantam que novos talentos também sejam beneficiados pelo incentivo fiscal.
Com o recorde histórico registrado em 2025, a Lei Rouanet volta ao centro do debate nacional. O desafio agora não é apenas captar mais dinheiro, mas garantir que esses recursos cheguem a quem realmente precisa, equilibrando incentivo cultural, justiça no acesso e impacto social real.

