A Polícia Federal investiga um esquema de corrupção que desviava verbas da educação em municípios do interior paulista e que pretendia expandir suas atividades para a venda de materiais voltados a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A operação batizada de Coffee Break revelou que o grupo tinha ligações com Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula, e com Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
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Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), os envolvidos planejavam comercializar “salas especiais” e produtos adaptados, como fones de ouvido e mordedores, para escolas públicas. A proposta foi feita em fevereiro por Eduardo Maculan, doleiro que sugeriu o negócio ao empresário André Mariano, apontado como líder do esquema.
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Mensagens interceptadas mostram Mariano afirmando ter boas conexões dentro do Ministério da Educação, comandado por Camilo Santana. A intenção era levar o projeto ao nível federal, aumentando o alcance e os lucros. A PF acusa Mariano de pagar propinas a pessoas influentes em Brasília para facilitar negócios da empresa.
Carla Ariane e Kalil Bittar seriam os responsáveis por facilitar o acesso a autoridades e abrir portas em gabinetes. O grupo já é investigado por superfaturar livros e kits educacionais, com preços até 35 vezes superiores ao valor de compra. Só com contratos em quatro prefeituras, a empresa de Mariano teria lucrado R$ 111 milhões.
A defesa de Mariano nega que ele comande uma organização criminosa e afirma que os esclarecimentos serão feitos judicialmente. Kalil Bittar também nega irregularidades e diz que os valores recebidos foram por serviços prestados.
A denúncia ainda aponta que o grupo já mantinha relações com o governo anterior. Em abril de 2023, Mariano e o doleiro Abdalla Dares se reuniram com José Carlos Oliveira, então ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro, para tratar de contratos com órgãos federais.

