Lindomar Castilho, famoso nos anos 1970 como o “Rei do Bolero”, faleceu nesta sexta-feira (19/12), em Goiânia, aos 85 anos. O cantor enfrentava problemas de saúde há cerca de uma década devido ao diagnóstico de Parkinson. Com sua morte, voltou à tona o crime que marcou sua trajetória: em 1981, ele assassinou a ex-esposa, a cantora Eliane de Grammont, em um caso que chocou o país.
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Lindomar e Eliane se casaram em 1979 e tiveram uma filha, Lili De Grammont. O relacionamento durou pouco, encerrado após relatos de comportamento agressivo por parte do cantor, agravado pelo consumo de álcool. Eliane pediu o divórcio cerca de um ano depois da união.
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Após a separação, Eliane retomou sua carreira musical e passou a se apresentar em casas noturnas ao lado do violonista Carlos Randall, primo de Lindomar. No dia 30 de março de 1981, Lindomar invadiu o local onde a ex-mulher se apresentava e efetuou cinco disparos contra ela. Um dos tiros também atingiu Carlos Randall. O motivo do crime teria sido ciúmes.
Preso em flagrante, Lindomar foi condenado em 1984 a 12 anos e 2 meses de prisão. Cumpriu parte da pena em regime semiaberto e foi libertado definitivamente em 1996. Durante o período em que esteve preso, gravou o álbum “Muralhas da Solidão”. Em 2000, tentou voltar aos palcos com um disco ao vivo, mas a recepção negativa o levou a abandonar a carreira em 2005.
O assassinato de Eliane teve grande repercussão e impulsionou a luta contra a violência doméstica no Brasil. Como consequência, foram criadas a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, em 1985, e a Casa Eliane De Grammont, em 1990, ambas em São Paulo, homenageando a cantora e simbolizando a resistência feminina contra o feminicídio.
