A cantora portuguesa Patrícia Ribeiro, que é uma artista trans e passou seis anos encarcerada, compartilhou com seus seguidores uma reflexão sobre o Natal, período que considera especialmente sensível por ter passado a data na prisão. Em um desabafo nas redes sociais, ela relembrou os momentos difíceis e reconheceu as escolhas equivocadas que a levaram à detenção.
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Detida em dezembro de 2016 por extorsão, Patrícia contou que tudo começou numa manhã em que foi surpreendida pela polícia em casa. Segundo ela, os agentes revistaram o local, apreenderam eletrônicos e a levaram para os calabouços de Moscavide. A cantora relatou que chorou muito e pediu para deixar comida para sua gata antes de ser levada.
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No dia seguinte, Patrícia foi conduzida ao Campus de Justiça, em Lisboa, onde tentou se defender diante do juiz, mas não conseguiu se expressar bem. Ela passou o restante do dia em uma cela lotada, esperando a decisão judicial. No fim da noite, foi informada que ficaria em prisão preventiva. “O mundo desabou”, disse, emocionada, ao lembrar que foi transferida para a prisão de Tires e teve que contar a notícia à avó, sua maior apoiadora.
Durante o tempo em que esteve presa, a cantora passou seis Natais atrás das grades. Ela descreveu a data como um momento de profunda tristeza e reflexão, marcada pela saudade da família e pela dor de estar longe de casa. As detentas se reuniam no refeitório, mas o clima era sombrio e a ceia terminava cedo, às 19h.
Patrícia afirmou que, nesses dias, chorava ao ouvir músicas natalinas e lembrava da vida que perdeu. Disse que pensava na avó e lamentava ter perdido tudo — a casa, a companhia da gata — mas que conseguiu preservar sua dignidade. Ela finalizou o relato com um conselho: “Natal é quando quisermos. Aproveitem o tempo com quem amam, pois tudo pode mudar num instante.”

