
Justiça embarga obra faraônica de João Adibe nos Jardins (Foto: Instagram)
A construção de uma mansão de proporções faraônicas no coração do bairro Jardins, em São Paulo, gerou revolta entre vizinhos endinheirados, denúncia de danos a um imóvel vizinho e uma ação civil pública da associação local. Neste mês, uma decisão judicial determinou a paralisação imediata da obra.
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O responsável pelo projeto é o empresário João Adibe, presidente da farmacêutica Cimed e classificado como o 86º homem mais rico do país, com patrimônio estimado em R$ 5,2 bilhões, segundo a Forbes, e cotado como possível futuro presidente do Palmeiras.
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A AME Jardins alega que o projeto foi aprovado como reforma, mas provocou a demolição quase total do casarão original, mantendo apenas a fachada, enquanto a defesa afirma que todas as etapas foram autorizadas pelos órgãos competentes e concluídas há meses.
Segundo a associação, o terreno sofre descumprimento de normas urbanísticas e de tombamento, com extrapolação de altura, recuos desrespeitados e edícula com segundo pavimento não previsto, além de supressão de vegetação, pavimentação que reduz a permeabilidade do solo, infiltrações, falta de luz natural e violação de privacidade.
A ação aponta que as obras prosseguiram mesmo após embargos do Condephaat e da Subprefeitura de Pinheiros, conforme vídeos anexados datados de 06/12/2025, que mostram trabalhadores ignorando as ordens de paralisação.
O banqueiro André Schwartz, CEO do banco Genial, figura como vizinho afetado, e perícia técnica anexada ao processo indica surgimento de trincas e fissuras em sua residência, atribuídas à demolição e terraplenagem intensa.
Em manifestação ao Condephaat, Schwartz classificou como “deboche” vídeo publicado pela influenciadora Cinthya Marques, mulher de Adibe, em que ela exibe detalhes da obra e da futura residência, citando inspiração de Gianni Versace para a piscina.
No dia 19, a juíza Mariana Medeiros Lenz, da 9ª Vara da Fazenda Pública, determinou embargos imediatos, multa diária de R$ 50 mil até o limite de R$ 5 milhões, vistoria do Condephaat, proibição de Habite-se e averbação da ação na matrícula do imóvel, ressaltando o risco irreversível ao patrimônio tombado.
Os advogados Daniel Bialski e Fabio Kadi afirmam que a obra foi devidamente licenciada, possui Habite-se e foi concluída há meses, referindo-se a laudo pericial que isentou João Adibe de responsabilidade pelos danos alegados, e lembram que cautelares anteriores apresentadas por vizinhos foram indeferidas.

