
Mãos erguidas ao céu celebram a chegada de 2026 com esperança e gratidão divina. (Foto: Instagram)
O tempo é sempre um mistério presente pela graça de Deus. Antes de saudar com esperança o Ano Novo — ou “Bons Anos”, como preferia Padre Antônio Vieira, para não desejar apenas mais um, mas todos os anos futuros — agradeço ao Criador pela vida que nos concedeu no ano que passou. A cada ciclo vivido, reservamos memórias e lições. Meu avô, que viveu até os noventa e seis anos, costumava dizer em aniversários: “Ruim é não fazer.” E ao revelar sua idade, completava: “Vê se tu chegas lá.”
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O calendário pontuado por dias de celebração evoca lembranças da infância nos campos verdes do Maranhão, quando íamos à igreja para louvar o nascimento do Filho de Deus — cuja humildade até fazia João Batista se sentir incapaz de desatar Suas sandálias — e, já mais velhos, nos reuníamos em família para ler o Evangelho de São Lucas sobre o que aconteceu na manjedoura de Belém.
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Quando criança, eu sabia que comer gomos de romã na véspera de Ano Novo garantia bons presságios. Descobri depois que se colocava dinheiro no bolso à meia-noite para afastar dificuldades financeiras. Hoje, na era da comunicação, predominam lentilhas — antes desconhecidas no interior do Maranhão —, roupas brancas, flores lançadas ao mar, velas na praia e fogos de artifício. Em contraste, meus primeiros anos celebravam sinos à meia-noite, orações, ladainhas, esmolas, ceia para mendigos — prática que minha mãe manteve — e o Garibaldi, o cozido com ossadas de peru e pirão.
Naquele tempo havia apenas um Senhor do universo: o Criador. Hoje multiplicam-se deuses, e o mais temido é o deus da guerra, presente no Oriente Médio, em Gaza, e na Ucrânia. No bairro Pinheiro da minha infância, qualquer animal de cor escura era escondido em currais no dia 1º de janeiro, para não atrair mau agouro.
Certos costumes eram sussurrados em segredo: acreditava-se que, na passagem de ano, os maridos deviam “procurar” as esposas para garantir felicidade no casamento. Já rapaz, eu as observava com reservas. Outro marco foi o dia em que Maria Roxa — uma crioula tida como doida, rodopiando com flores no cabelo — chegou à nossa porta, ergueu a saia e gritou: “Olha a onça”. Ali, nossa inocência se perdeu.
O mundo precisa resgatar a inocência que rejeita o mal e valoriza a vida e as bênçãos divinas, inclusive as pessoas, criadas à imagem de Deus e, em sua maioria, praticantes do bem. Apesar dos muitos sinais negativos, no Brasil começamos o Ano Novo com pleno emprego, salários em alta, economia superando desafios, democracia consolidada e esperança renovada. Esta é minha mensagem: um Ano Novo repleto de esperança!

