Em meio a um cenário de tensão jurídica, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, nesta quarta-feira (23/7), e se dirigiu à sede do Partido Liberal (PL), acompanhado de seu filho Jair Renan. A movimentação ocorre enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia se Bolsonaro violou medidas cautelares impostas no âmbito de investigações que envolvem tentativa de golpe e uso indevido de redes sociais.
Ao chegar ao local, Bolsonaro foi abordado por jornalistas, mas limitou-se a dizer: “vocês sabem que eu não posso falar”. O silêncio é parte das restrições impostas por Moraes, que proíbem o ex-presidente de utilizar redes sociais, inclusive por meio de terceiros, além de vetar entrevistas que possam ser retransmitidas online.
As medidas cautelares incluem ainda o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e integral nos fins de semana, e a proibição de contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e outros investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro. A defesa do ex-presidente argumenta que ele não infringiu nenhuma das determinações e protocolou manifestação no STF alegando que Bolsonaro não tem controle sobre o que terceiros publicam.
Magno Malta (PL-ES), senador e aliado próximo, também esteve na sede do partido e declarou apoio a Bolsonaro, criticando Moraes e prometendo orações pelo ex-presidente. A visita ao PL é vista como um gesto político em meio à pressão judicial crescente.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos, também é alvo de investigação por supostamente tentar influenciar o governo americano a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, o que pode configurar tentativa de obstrução de justiça e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A decisão de Moraes é aguardada com expectativa, pois pode agravar ainda mais a situação jurídica de Bolsonaro, que já é réu por tentativa de golpe. O caso reacende o embate entre o ex-presidente e o STF, com desdobramentos que podem impactar diretamente seu futuro político.
