O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1º/8) a demissão imediata de Erika McEntarfer, comissária do Bureau of Labor Statistics (BLS), órgão responsável pela divulgação dos dados oficiais de emprego no país. A decisão foi comunicada por meio da rede social Truth Social, onde Trump acusou McEntarfer de manipular estatísticas com fins políticos, insinuando que os números foram distorcidos para beneficiar sua adversária nas eleições presidenciais de 2024, a democrata Kamala Harris.
A exoneração ocorre após a divulgação de um relatório do Departamento do Trabalho que apontou a criação de apenas 73 mil empregos em julho, número abaixo da expectativa dos analistas, que previam 105 mil novas vagas. Além disso, houve uma revisão para baixo de 258 mil postos de trabalho nos dois meses anteriores. A taxa de desemprego também subiu de 4,1% para 4,2%, aumentando os temores de desaceleração econômica.
Erika McEntarfer havia sido confirmada pelo Senado em janeiro de 2024 com apoio bipartidário, recebendo 86 votos favoráveis e apenas 8 contrários, para um mandato de quatro anos à frente do BLS. Apesar disso, Trump classificou sua nomeação como uma indicação política da gestão Biden e prometeu substituí-la por alguém “mais competente e qualificado”.
A decisão gerou reações no meio econômico. A economista-chefe da Nationwide, Kathy Bostjancic, afirmou que as “rachaduras” no mercado de trabalho estão se ampliando e aumentam a pressão sobre o Federal Reserve para reduzir as taxas de juros. Especialistas também apontam que políticas como tarifas de importação, repressão à imigração e cortes no setor público estão contribuindo para o enfraquecimento do mercado de trabalho.
A medida de Trump é vista como mais um episódio de tensão política em meio à corrida eleitoral de 2024 e levanta questionamentos sobre a independência dos órgãos estatísticos federais nos Estados Unidos.