A equipe jurídica do senador Marcos do Val (Podemos-ES) divulgou uma nota nesta segunda-feira (4/8) criticando duramente as novas medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as determinações estão o bloqueio total de bens do parlamentar, a imposição do uso de tornozeleira eletrônica e severas restrições financeiras. Segundo a defesa, as medidas são desproporcionais e colocam em risco tanto o mandato quanto a vida pessoal do senador.
Os advogados alegam que Do Val comunicou oficialmente sua viagem aos Estados Unidos à presidência do Senado e ao próprio STF. No entanto, a Polícia Federal aponta que o senador viajou mesmo após ter o pedido negado pelo Supremo. Ao retornar ao Brasil, teve o passaporte diplomático apreendido e foi obrigado a usar a tornozeleira.
A defesa também destacou que as medidas judiciais afetam não apenas o senador, mas também seus familiares. Um dos pontos mais sensíveis citados foi a situação da mãe de Do Val, que depende financeiramente do filho para custear um tratamento contra o câncer. Os advogados classificam a situação como um “precedente grave”, que ameaça garantias constitucionais e o equilíbrio entre os Poderes da República.
O senador Marcos do Val já esteve envolvido em diversas polêmicas com o STF. Em 2023, afirmou que teria sido orientado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-deputado Daniel Silveira a gravar secretamente o ministro Alexandre de Moraes — versão que ele depois negou e reformulou várias vezes. Desde então, tornou-se alvo de investigações da Polícia Federal. Teve redes sociais suspensas por suspeita de obstrução às investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e foi alvo de novas operações em 2024, após divulgar ataques a um delegado. Também descumpriu ordens judiciais, como a entrega de seus passaportes, e teve bens bloqueados, alegando dificuldades financeiras.