A médica recém-formada Rithiele Souza Silva, de 30 anos, emocionou ao receber o diploma de Medicina na Universidade de Brasília (UnB) e erguer, junto ao canudo, uma embalagem vazia de marmita. O gesto foi uma homenagem à mãe, Solange Souza Silva, que, durante a pandemia, passou a vender refeições para sustentar a família e ajudar a filha a continuar na faculdade.
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Rithiele nasceu com paralisia hemiplégica cerebral e, aos 13 anos, deixou os estudos por causa de dificuldades financeiras e depressão. Antes de retomar a educação formal, trabalhou como vendedora de roupas, maquiagens e atendente de loja. Aos 22 anos, concluiu o ensino básico pelo EJA e, em 2019, ingressou no curso de Medicina da UnB, por meio das cotas para Pessoas com Deficiência.
“Minha mãe foi minha maior parceira nessa caminhada. Se cheguei até aqui, foi por causa dela”, disse ao Correio Braziliense.
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Durante a graduação, enfrentou obstáculos que iam além das questões financeiras. “Eu fui muito testada mentalmente, mas nunca perdi a fé de que me formaria. A espiritualidade me ajudou a ser resiliente”, afirmou. Trabalhando como terapeuta holística e taróloga, ela manteve a saúde mental e a rotina de estudos.
Agora formada, Rithiele planeja uma pausa para ajudar no sustento da família, mas já mira a residência médica em psiquiatria, especialidade pela qual tem interesse. Para o professor e patrono da turma, Ricardo Martins, a vivência da aluna será um diferencial na profissão. “Ela será uma médica excepcional, que conhece o lado do paciente e do profissional. Essa vivência vai fazer toda a diferença na carreira dela”, declarou.
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