Ketlly Cristina da Silva concluiu o curso de direito depois de anos conciliando a rotina de trabalho como gari com a vida acadêmica. Para realizar o sonho de se tornar advogada, ela enfrentava diariamente 10 km de bicicleta até a faculdade, já que não tinha condições de pagar o transporte.
Formada recentemente, Ketlly recebeu uma oportunidade compatível com sua formação: foi convidada para atuar na Procuradoria Geral de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Além da vaga, escritórios de advocacia também demonstraram interesse em contratá-la.
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“Eu trabalhava durante o dia e, à noite, ia para a faculdade. Como não tinha dinheiro para pagar o ônibus, ia de bicicleta mesmo. Quando voltava para casa, ainda ia estudar e fazer os trabalhos que os professores pediam”, contou ao G1.
Antes de passar em concurso para agente de limpeza no município, Ketlly trabalhou como vigia em uma escola pela manhã e, no período da tarde, vendia “cremosinho” nas ruas. Com o financiamento estudantil, conseguiu ingressar no curso de direito. “Quando eu comecei a faculdade, paga com financiamento estudantil, eu queria um trabalho que me desse estabilidade. Quando vi que ia ter concurso para gari, eu fiz a inscrição e, apesar de todo mundo falar que eu não passaria, consegui a classificação”, relatou.
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Casada e mãe, ela mantém firme o desejo de seguir na advocacia. Inscrita para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ketlly acredita que vai conquistar mais essa vitória. “Eu fiz a inscrição e tenho fé que vou conseguir. Depois disso, claro que não tenho condições ainda de abrir um escritório, mas vou procurar clientes e, assim que tiver dinheiro, vou construir meu escritório”, afirmou.
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