Um psiquiatra forense revelou que a psicopatia, frequentemente associada a criminosos violentos, pode estar presente em pessoas comuns, muitas vezes em posições de destaque na sociedade. Ao contrário do estereótipo popular, a maioria dos psicopatas não é agressiva fisicamente, mas sim emocionalmente fria, manipuladora e incapaz de sentir empatia genuína.
Segundo o especialista, dois sinais sutis podem ajudar a identificar indivíduos com esse tipo de personalidade. O primeiro é um padrão recorrente de exploração nas relações interpessoais. Psicopatas tendem a enxergar os outros como instrumentos para alcançar objetivos pessoais — seja dinheiro, status, favores ou influência. Quando a utilidade de alguém se esgota, essa pessoa é descartada sem qualquer remorso.
O segundo sinal está na superficialidade das amizades. Apesar de parecerem sociáveis e até populares, psicopatas não conseguem manter vínculos profundos e duradouros. Seus relacionamentos são estratégicos, guiados por interesses momentâneos, e carecem de lealdade ou afeto verdadeiro.
Essas características, embora perturbadoras, podem ser vantajosas em ambientes competitivos, como o mundo corporativo. Traços como frieza emocional, ausência de medo e foco extremo em resultados podem impulsionar carreiras, especialmente em cargos de liderança. Estima-se, inclusive, que uma parcela significativa de executivos de alto escalão apresente traços psicopáticos.
O psiquiatra alerta que esses indivíduos são mestres na dissimulação e no charme superficial, o que torna sua identificação ainda mais difícil. Inspirados por figuras como Patrick Bateman, do filme “American Psycho”, esses perfis demonstram como a psicopatia pode se manifestar de forma funcional — e até admirada — em certos contextos sociais.