O jejum intermitente tem ganhado popularidade como uma estratégia de saúde e perda de peso, sendo promovido como uma forma de “resetar” o organismo. Seus defensores destacam benefícios como a ativação da autofagia, um processo natural de reciclagem celular que ocorre durante períodos de privação de nutrientes, promovendo uma espécie de limpeza interna no corpo.
No entanto, o nutricionista Alan Aragon oferece uma visão mais cautelosa. Segundo ele, embora o jejum possa ser eficaz para controle calórico e perda de peso, não é a única via para alcançar a autofagia. A prática de exercícios físicos também pode induzir esse processo, com menos riscos associados. Aragon ressalta que o jejum é uma “espada de dois gumes”, podendo trazer efeitos colaterais quando feito de forma prolongada ou sem acompanhamento.
Entre os perigos está a autose, uma forma de morte celular excessiva que pode ocorrer em casos de inanição extrema — muito além de um jejum controlado, mas ainda assim um risco quando há exagero. Além disso, pessoas com baixo percentual de gordura corporal podem sofrer perda de massa muscular magra ao adotar esse tipo de alimentação.
O especialista reforça que o jejum intermitente não é uma solução universal. Cada indivíduo deve considerar suas necessidades específicas, condição física e objetivos de saúde antes de adotar essa prática. Para muitos, manter uma dieta balanceada, praticar exercícios regularmente e buscar um percentual de gordura saudável pode ser mais seguro e eficaz do que simplesmente ficar longos períodos sem comer.
