Uma imagem antiga voltou a circular nas redes sociais, gerando espanto: duas mulheres posam sentadas sobre uma grande garra metálica enferrujada na Zona de Exclusão de Chernobyl, na Ucrânia. O que muitos não percebem é que o objeto em questão é uma das peças mais radioativas deixadas pelo desastre nuclear de 1986.
A garra pertenceu a uma escavadeira usada nas operações de limpeza após a explosão do reator número quatro. Por ter manipulado destroços altamente contaminados, ela se tornou um dos itens mais perigosos da área. Apesar disso, as turistas decidiram se aproximar e tirar uma foto, desrespeitando as orientações de segurança que proíbem o contato físico com artefatos radioativos.
Especialistas afirmam que o curto tempo de exposição — cerca de 20 minutos — provavelmente não causou danos graves à saúde das mulheres, já que a radiação emitida pela garra gira em torno de 0,3 milisievert por hora, comparável a uma radiografia de tórax. No entanto, o risco maior reside na poeira radioativa que recobre o objeto. Essa contaminação superficial pode grudar na pele, nas roupas e ser inaladas ou ingeridas, oferecendo perigo prolongado.
A matéria também destaca outro ícone do desastre: o temido “Pé de Elefante”. Trata-se de uma massa sólida de combustível nuclear fundido, concreto e metal, localizada dentro do sarcófago da usina. Altamente letal, sua radiação é tão intensa que uma exposição direta de apenas cinco minutos pode ser fatal. Mesmo após quase quatro décadas, o Pé de Elefante continua emitindo calor e radiação, isolado sob a Nova Cobertura Segura.
O acidente de Chernobyl matou 31 pessoas de forma imediata e causou milhares de mortes adicionais ao longo dos anos por doenças relacionadas à radiação. A garra da escavadeira, agora uma relíquia enferrujada, serve como um lembrete tangível dessa tragédia, enquanto o Pé de Elefante permanece como o símbolo mais sombrio do desastre.