Um caso perturbador envolvendo o cirurgião vascular britânico Neil Hopper, de 49 anos, ganhou destaque na imprensa internacional. Hopper foi condenado a 32 meses de prisão após confessar ter provocado intencionalmente a amputação de suas próprias pernas como parte de um desejo, além de fraudar seguradoras e possuir material extremo.
O médico, que atuava no sistema público de saúde do Reino Unido (NHS), enganou duas seguradoras — Aviva e Old Mutual Wealth — em pedidos de indenização que somaram mais de 466 mil libras (cerca de 3 milhões de reais). Ele alegou ter perdido as pernas devido a septicemia, mas investigações revelaram que ele provocou as lesões com gelo seco, seguindo instruções de Marius Gustavson, responsável por um site de mutilações genitais. Gustavson foi preso em 2023 e cumpre prisão perpétua.
Mensagens trocadas entre Hopper e Gustavson revelaram mais de 1.500 conversas com instruções detalhadas sobre como realizar as amputações. O conteúdo indicava que Hopper buscava prazer através da mutilação, o que foi confirmado pelo promotor Nicholas Lee, que descreveu o comportamento como uma obsessão de longa data.
O juiz James Adkin destacou que Hopper usou seus conhecimentos médicos — ele havia realizado centenas de amputações ao longo da carreira — para enganar os profissionais de saúde e as seguradoras. Após a amputação, realizada em maio de 2019, Hopper voltou a trabalhar apenas seis meses depois, mas foi preso em março de 2023 e suspenso do registro médico em dezembro do mesmo ano.
O caso expôs um submundo virtual de mutilações extremas e vontades doentias, levantando preocupações sobre práticas ilegais e perigosas disseminadas online. A condenação de Hopper não apenas puniu os crimes cometidos, mas também trouxe à tona uma rede de comportamentos extremos que desafiam os limites éticos e legais da medicina e da intimidade.