Em Sorocaba, interior de São Paulo, a Polícia Civil resgatou uma menina de 6 anos que viveu toda a sua vida trancada em um quarto. O caso veio à tona após uma denúncia anônima alertar sobre a situação da criança. Ao chegarem à residência, os agentes encontraram a menina em estado de abandono extremo: desnutrida, sem higiene, sem qualquer contato com o mundo exterior e incapaz de se comunicar verbalmente.
Segundo a conselheira tutelar Lígia Guerra, a menina apresentava sinais de negligência severa. Seu cabelo estava embaraçado e sujo, ela não havia recebido vacinas e nunca frequentou a escola. Alimentava-se apenas com líquidos e demonstrava apatia, como se estivesse em estado de choque diante do novo ambiente. Após o resgate, foi encaminhada ao hospital e, posteriormente, a um abrigo.
Os pais foram presos sob acusação de cárcere privado. A delegada responsável pelo caso, Renata Zanin, afirmou que a mãe mostrou total desconexão com a gravidade da situação, dando respostas vagas e sem demonstrar arrependimento. Imagens divulgadas pelas autoridades mostram o quarto onde a menina vivia: paredes sujas, cama simples e um único urso de pelúcia.
O caso brasileiro coincidiu com uma denúncia semelhante nos Estados Unidos. Em Fayette, Pensilvânia, cinco crianças foram encontradas em condições degradantes. James e Carly Kahl, os pais, mantinham os filhos em um quarto sem camas, infestado de pulgas, com paredes sujas de fezes e janelas seladas com tábuas. A porta só podia ser aberta por fora, e câmeras permitiam vigilância constante. A denúncia partiu de um familiar, e ambos foram presos.
Os dois casos chamam atenção para a importância da vigilância comunitária e da atuação rápida das autoridades diante de sinais de abuso infantil.