
Jessica Brady, uma britânica de 27 anos, faleceu em 2020 após meses de tentativas frustradas de obter um diagnóstico médico preciso. Mesmo apresentando sintomas alarmantes como perda de peso, fadiga extrema, tosse persistente, suores noturnos e linfonodos inchados, ela foi repetidamente informada que era “muito jovem para ter câncer” e que poderia estar sofrendo de “Covid longa”. Ao longo de cinco meses, Jessica entrou em contato com médicos mais de 20 vezes, foi atendida por seis profissionais diferentes e realizou apenas três consultas presenciais, sem nunca ser encaminhada para exames especializados.
Somente após a família buscar atendimento particular, Jessica recebeu o diagnóstico de adenocarcinoma em estágio 4 — um tipo agressivo de câncer que afeta glândulas de órgãos como pulmões, estômago e cólon. Três semanas após o diagnóstico, ela faleceu pouco antes do Natal de 2020.
A morte precoce de Jessica impulsionou uma campanha liderada por sua mãe, Andrea Brady, que culminou na criação da “Jess’ Rule”, agora adotada pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. A nova diretriz estabelece o protocolo “three strikes and rethink”, que exige uma reavaliação cuidadosa sempre que um paciente tiver três consultas sem diagnóstico conclusivo. A medida visa combater desigualdades no atendimento e garantir que sintomas persistentes sejam levados a sério, independentemente da idade do paciente.
A implementação da regra levou quase cinco anos e contou com o apoio de políticos, profissionais da saúde e cerca de meio milhão de cidadãos. Andrea Brady dedicou a conquista à filha e a todos os jovens que enfrentaram diagnósticos tardios. Ela destacou a coragem de Jessica e sua insistência em ser ouvida, afirmando que a nova diretriz é um legado para proteger vidas no futuro.