
A morte envolve uma série de processos biológicos complexos, e entre os mais raros e perturbadores está o chamado “parto no caixão”, ou extrusão fetal pós-morte. Esse fenômeno ocorre quando uma mulher grávida morre e, durante a decomposição do corpo, o feto é expelido naturalmente pelo canal vaginal, sem qualquer intervenção externa.
Lauren, agente funerária conhecida nas redes como “Lauren the Mortician”, explicou em vídeo como esse processo acontece. Após a morte, o corpo passa por autólise e putrefação, etapas nas quais as células se autodigerem e bactérias intestinais produzem gases como metano e dióxido de carbono. Esses gases se acumulam, causando inchaço no corpo. No caso de uma gestante, o útero já dilatado facilita o aumento da pressão interna, podendo forçar a saída do feto.
A especialista ressalta que esse fenômeno é extremamente raro e que nunca testemunhou um caso pessoalmente, embora existam registros históricos. Casos notórios incluem o de Shannan Watts, grávida de 15 semanas quando foi assassinada em 2018, e Laci Peterson, morta em 2002 com oito meses de gestação. Em ambos os casos, houve expulsão do feto após a morte.
Lauren destaca que o “nascimento em caixão” geralmente ocorre de forma silenciosa e com o feto já sem vida. O fenômeno é resultado direto da decomposição e não envolve nenhum tipo de atividade vital ou voluntária do corpo.
Apesar de causar desconforto, a extrusão fetal pós-morte é um exemplo de como a ciência da tanatologia — o estudo da morte e dos processos que a seguem — pode explicar até os eventos mais incomuns. Lauren dedica seu trabalho a desmistificar esses processos, promovendo uma compreensão mais natural e menos temerosa da morte.