Em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a história de Samuel Santos da Silva mostrou como solidariedade e oportunidade podem mudar destinos. Depois de trabalhar como faxineiro no Fórum da cidade, ele realizou o sonho de se formar em Direito com a ajuda de juízes que se comoveram com sua trajetória e decidiram bancar a faculdade.
Samuel sempre sonhou em estudar. Ainda jovem, deixou São Paulo com a mãe biológica e se mudou para Minas Gerais. Chegando a Belo Horizonte, enfrentou dias de fome e chegou a dormir nas ruas. Mais tarde, após a matriarca desaparecer por problemas mentais, foi acolhido por um casal de Contagem, um marceneiro e uma faxineira, que se tornou sua família adotiva. “Houve um processo de adoção. Meus familiares de São Paulo não quiseram saber de mim. Depois que saí de lá, nunca mais vi o meu pai. Então, minha família ficou sendo a adotiva”, contou.
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Determinado, Samuel trabalhou em diversas funções, vendeu picolé, foi servente de pedreiro e auxiliar administrativo, até conseguir ingressar no curso de Direito pela PUC Minas. No entanto, a dificuldade financeira o obrigou a trancar a matrícula. “Como eu tinha conseguido entrar pela nota do Enem, decidi que ia ficar pelo menos os primeiros seis meses. Depois seria o que Deus quisesse. Como eu estava desempregado e não consegui pagar a dívida, a faculdade trancou o curso. Isso acabou comigo”, relembrou.
Sem desistir do sonho, ele conseguiu um emprego de faxineiro no Fórum de Contagem. “Eu pensava: ‘eu vou entrar lá, nem que seja pela vassoura’”, disse. Foi ali, entre pausas para o café e conversas informais sobre leis, que o destino mudou. O juiz Wagner Cavalieri, da Vara de Execuções Criminais, notou o interesse de Samuel pelo tema e, junto a outros magistrados, decidiu ajudá-lo a retomar os estudos.
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Com o apoio dos juízes, Samuel concluiu o curso em cinco anos. “Eu sempre tive esse sonho do Direito. Tenho orgulho e uma gratidão imensa pelas pessoas que me ajudaram a estudar”, afirmou.
Depois de formado, ele fez pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP) e atualmente estagia na Procuradoria-Geral do Município de Contagem. Agora, o objetivo é seguir os passos de quem acreditou nele. “Quando eu tive que trancar a faculdade, pensava, ‘meu Deus, eu só quero estudar’. E a ajuda veio. Eu tive que me empenhar para honrar essa confiança. Agora é melhorar sempre”, disse.
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