Ana Paula Veloso, uma das suspeitas presas pelo assassinato de Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, confessou à polícia que testou o efeito de uma substância tóxica em ao menos 10 cachorros antes de usá-la contra o homem. De acordo com o delegado Halisson Ideiao, responsável pelo caso, Ana Paula utilizou chumbinho — veneno comumente usado para matar ratos — para avaliar o tempo e a eficácia da substância. Em sua residência, os investigadores encontraram terbufós, um agrotóxico altamente tóxico presente na composição do chumbinho.
O crime ocorreu em abril deste ano, na Baixada Fluminense, mas o corpo de Neil foi exumado após a polícia identificar semelhanças com outros três casos de envenenamento registrados em Guarulhos, São Paulo. A investigação aponta que Neil pode ter sido morto pela própria filha, Michele Paiva da Silva, de 42 anos, com o apoio de Ana Paula, que teria sido contratada como cúmplice.
Michele foi presa no dia 7 de outubro, e a conexão entre ela e Ana Paula foi revelada após a prisão desta última em São Paulo. O delegado classificou Ana Paula como uma “psicopata” por ter deliberadamente testado o veneno em animais antes de aplicá-lo em um ser humano.
A brutalidade do crime e a frieza com que foi planejado chocaram os investigadores. A exumação do corpo de Neil foi essencial para confirmar a presença do veneno e reforçar a linha de investigação que envolve Michele e Ana Paula em um possível esquema de assassinatos por envenenamento.