
Após séculos de mistério, cientistas acreditam ter finalmente resolvido como os antigos habitantes da Ilha de Páscoa conseguiram transportar os colossais Moai — estátuas de pedra com até 14 toneladas — por diversos quilômetros sem o uso de máquinas ou animais de tração. A pesquisa liderada por Carl Lipo, da Binghamton University, e Terry Hunt, da University of Arizona, propõe que as estátuas não eram arrastadas, mas sim “andavam” graças a uma técnica engenhosa.
Segundo os pesquisadores, cordas eram amarradas nas laterais das estátuas e dois grupos de pessoas as puxavam alternadamente, criando um movimento de balanço que fazia os Moai avançarem como se estivessem caminhando. Para testar a hipótese, os cientistas construíram uma réplica de 4,35 toneladas e, com apenas 18 pessoas, conseguiram movê-la por 100 metros em 40 minutos.
A teoria se sustenta em evidências encontradas nas antigas estradas da ilha, que são largas, bem definidas e apresentam marcas compatíveis com esse tipo de movimentação. O método também explicaria a estabilidade das estátuas durante o transporte, já que o centro de gravidade permanece alinhado, minimizando o risco de queda.
Essa abordagem contrasta com teorias anteriores que sugeriam o uso de trenós ou rolos de madeira, métodos que exigiriam mais recursos e mão de obra. A nova explicação destaca a sofisticação do povo Rapa Nui, que viveu na ilha entre 1250 e 1500, demonstrando um notável conhecimento de física, engenharia e organização social.
Para Lipo, a hipótese é tão convincente que desafia outros cientistas a provarem o contrário. “Até agora, nada que vimos contradiz essa ideia”, afirmou. A descoberta não apenas lança luz sobre um dos maiores enigmas arqueológicos do mundo, como também reforça o legado de engenhosidade dos antigos habitantes da Ilha de Páscoa.