O planeta ultrapassou um limite climático preocupante, segundo um relatório divulgado em 12 de outubro por mais de 160 cientistas de diversas nações. O documento aponta que a Terra atingiu seu primeiro ponto de inflexão ambiental: o colapso dos recifes de coral, considerado um marco crítico que pode desencadear uma série de eventos desastrosos em escala global.
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As temperaturas oceânicas atingiram níveis sem precedentes, levando os recifes — antes cheios de vida e cor — a se tornarem estruturas esbranquiçadas e inertes. Essa transformação representa uma ameaça direta à estabilidade ecológica e climática do planeta.
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De acordo com o professor Tim Lenton, da University of Exeter, o mundo está se aproximando de múltiplos pontos críticos ambientais que podem alterar drasticamente a vida na Terra. Desde 2023, mais de 80% dos recifes tropicais foram impactados por um evento de branqueamento sem precedentes, com regiões como o Caribe sofrendo perdas aceleradas devido ao aquecimento das águas, doenças e baixa biodiversidade.
Mike Barrett, do WWF UK, afirmou que os recifes já ultrapassaram sua capacidade de resistência. Sem uma redução imediata nas emissões globais, esses ecossistemas podem desaparecer completamente, afetando milhões de pessoas que dependem deles para alimentação, proteção costeira e atividades econômicas como pesca e turismo.
O relatório também destaca outras ameaças iminentes, como o colapso da floresta amazônica, a desestabilização das calotas polares e a possível interrupção da AMOC — um sistema de correntes oceânicas vitais para o equilíbrio climático global. A falha dessa circulação poderia causar extremos climáticos em diferentes partes do mundo, incluindo ondas de frio e calor intensos.
A pesquisadora Manjana Milkoreit, da University of Oslo, alertou que os governos não estão preparados para lidar com mudanças ambientais abruptas e interligadas, pois as políticas atuais foram projetadas para um aquecimento gradual.
Apesar do cenário preocupante, há sinais de progresso com o avanço de tecnologias como energia solar e veículos elétricos. Especialistas também estudam formas de adaptação dos recifes, buscando entender como essas estruturas podem continuar sustentando a biodiversidade marinha.
O Australian Institute of Marine Science reforça que ainda há tempo para agir, embora a janela de oportunidade esteja se fechando rapidamente. Caso medidas urgentes não sejam adotadas, os impactos poderão ser irreversíveis e devastadores para a humanidade.