Uma mudança inesperada no destino de Lindsay Sandiford, cidadã britânica de 69 anos, promete encerrar um dos casos mais emblemáticos envolvendo pena de morte na Indonésia. Após passar mais de 12 anos aguardando execução em Bali, ela será libertada e transferida para o Reino Unido, onde continuará cumprindo pena.
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Sandiford foi presa em 2012 no aeroporto de Bali, após desembarcar de um voo vindo da Tailândia com aproximadamente 5 kg de cocaína escondidos em sua bagagem. Avaliada em mais de 2 milhões de dólares, a droga resultou em sua condenação à morte por fuzilamento, conforme as severas leis antidrogas do país.
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Durante o julgamento, Lindsay alegou ter sido forçada a transportar os entorpecentes sob ameaça de morte feita por um cartel contra seu filho. Mesmo assim, a Justiça manteve a sentença e ela foi enviada à prisão de Kerobokan, conhecida por suas condições precárias. Lá, dividia uma pequena cela com outras 13 mulheres e, com o tempo, passou a se isolar.
Heather Mack, ex-detenta do mesmo presídio, relatou que Lindsay demonstrava total resignação diante da possibilidade de execução. Seu último desejo era que a família não comparecesse ao ato nem fizesse manifestações públicas. Ela chegou a dizer que preferia ser executada logo para acabar com a espera.
A virada no caso veio com um acordo entre os governos da Indonésia e do Reino Unido, que permitirá a repatriação de Lindsay e de outro prisioneiro, Shahab Shahabadi, condenado à prisão perpétua em 2014. Segundo autoridades indonésias, a transferência será realizada assim que os trâmites técnicos forem concluídos.
A decisão surpreendeu, já que Lindsay havia desistido de apelar e vivia conformada com seu destino. No entanto, organizações de direitos humanos destacam que o bom comportamento e a ausência de incidentes durante sua detenção podem ter sido determinantes para a mudança da pena.
Agora, a mulher que passou mais de uma década à espera de um pelotão de fuzilamento será levada de volta ao Reino Unido, encerrando um capítulo marcado pela rigidez das leis indonésias e pela resistência silenciosa de uma prisioneira que nunca perdeu a esperança completamente.