Circula pelas redes sociais um texto afirmando que a agência americana FDA (Food and Drug Administration, órgão federal norte-americano que regula a liberação de remédios) autorizou o uso do medicamento experimental, hidroxicloroquina, em todos os pacientes infectados pelo coronavírus.
A informação que viralizou é falsa, o FDA não liberou o uso do medicamento para todos os pacientes dos Estados Unidos. O que foi liberado, em 28 de março, é o uso emergencial da hidroxicloroquina, ou seja, uma ordem especial que permite o uso apenas em ambiente hospitalar, mesmo que ainda não exista nenhuma aprovação oficial desse remédio para o tratamento geral da Covid-19.
O CEO da Novartis, Vasant Narasimhan, também não afirmou ter em mãos o resultado de pesquisas que comprovam a eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da nova doença. Em entrevista, Narasimhan disse que ainda é muito cedo para dizer se esses medicamentos são de fato efetivos no combate ao coronavírus e que, apesar de em estudos prévios em laboratório a droga se mostrar satisfatória, esse estudo ainda não foi feito em pacientes.
Em relação a doação de medicamentos, essa realmente aconteceu, mas não por existir alguma comprovação de que a hidroxicloroquina é eficaz e segura contra o coronavírus, e sim para que os efeitos do tratamento sejam estudados, ou seja, é uma doação com foco em estudos clínicos.
A cloroquina já causou debate no mundo inteiro em relação a sua efetividade no tratamento para combater o coronavírus e diversos especialistas já confirmaram que ainda não existe nenhum benefício comprovado pela substância nesses casos. Porém, em pronunciamento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu o uso do medicamento e para o tratamento da doença Covid-19, além de ser contra as recomendações de isolamento social.
No Brasil, apesar de os estudos ainda serem inconclusivos, o ministério da saúde liberou na semana passada (6) o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento de pacientes hospitalizados com coronavírus. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa, afirmou que é de responsabilidade do médico o da droga.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.