Sem saber o ano exato em que nasceu, Maria da Imaculada Conceição viveu cerca de sete décadas sem nenhum documento oficial. A história da moradora de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, mudou em agosto deste ano, quando ela recebeu, pela primeira vez, uma certidão de nascimento emitida pela Justiça após ação da Defensoria Pública do Ceará.
O caso veio à tona depois que uma amiga, Cláudia de Araújo, descobriu que Conceição não tinha registro civil. A situação foi percebida quando a idosa adoeceu e precisou de atendimento médico, mas não pôde ser recebida em uma unidade de saúde por não possuir documentos. A amiga então procurou o órgão público, que ingressou com um pedido de registro tardio.
Com base em informações fornecidas pela própria Conceição, o documento foi emitido em 12 de agosto. O nome Maria da Imaculada Conceição foi uma escolha dela, assim como a data de nascimento que passou a constar no registro: 8 de dezembro, dia em que os católicos celebram Nossa Senhora da Imaculada Conceição.
“Eu nunca tomei uma vacina, eu nunca tive direito, assim, a um auxílio”, contou a idosa, que agora planeja iniciar o acompanhamento médico e se vacinar.
Em outubro, ela recebeu também a primeira carteira de identidade e o número de CPF, durante uma cerimônia realizada em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Ao segurar os novos documentos, Conceição descreveu o momento como um recomeço: “A partir de hoje, que eu nasci novamente, aí eu vou tocar a minha vida pra frente. Vou continuar trabalhando, lutando pela minha vida, do mesmo jeito que eu vivia. Só que agora vai ser diferente, né? Agora eu já tenho o que eu não tinha pra trás, agora eu já tenho, que é meu documento. Agora eu posso tudo”.
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