O caso da professora Abigail Zwerner, baleada por um aluno de seis anos em sala de aula, voltou a chamar atenção após a Justiça dos Estados Unidos determinar uma indenização de 10 milhões de dólares (aproximadamente R$ 50 milhões de reais) em seu favor. O tiroteio ocorreu em janeiro de 2023, na Richneck Elementary School, em Newport News, Virgínia, e expôs falhas graves na segurança da instituição e na conduta da então vice-diretora, Ebony Parker.
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Na ocasião, Zwerner, que lecionava para o primeiro ano, foi atingida na mão e no peito por um disparo feito por um estudante que levou uma arma escondida para a escola. De acordo com o processo, professores alertaram Parker sobre a possibilidade de o menino estar armado, mas nenhuma providência foi tomada.
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Durante o julgamento, testemunhas relataram que alunos e professores haviam expressado preocupação com o comportamento do menino, e que as informações foram repassadas à administração da escola horas antes do ataque. O advogado de Zwerner argumentou que a escola tinha protocolos claros para lidar com ameaças, e que ignorá-los foi uma falha grave.
A defesa de Parker alegou que ela não tinha responsabilidade legal direta de proteger a professora. No entanto, o júri, composto por sete pessoas, entendeu que houve negligência e a considerou responsável pelo ocorrido. A deliberação durou cerca de seis horas, divididas em dois dias.
Além do processo civil, Parker também responde criminalmente por negligência infantil, com julgamento previsto para o fim de novembro. Caso seja condenada, a seguradora responsável pela indenização pode se recusar a pagar, alegando que as ações dela a afastaram de suas funções oficiais.
Especialistas jurídicos explicam que, mesmo diante de uma possível recusa legal, a seguradora pode optar por honrar o pagamento por razões éticas ou pressão pública. O professor Jack Preis comparou a situação a um pai que decide reparar um dano causado por seu filho, mesmo sem obrigação legal.
Zwerner, que passou por múltiplas cirurgias e um longo processo de recuperação, agora tenta retomar sua vida. O caso reacendeu debates sobre segurança nas escolas e a responsabilidade das instituições em prevenir tragédias evitáveis.

