
Laika a bordo do Sputnik 2: o primeiro ser vivo a orbitar a Terra. (Foto: Instagram)
A corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética marcou uma era de grandes avanços científicos, mas também de episódios obscuros e comoventes. Antes que humanos fossem enviados ao espaço, animais foram usados como cobaias para testar a sobrevivência em condições extremas. Esses testes foram cruciais para o progresso espacial, mas custaram a vida de diversos seres vivos que jamais retornaram à Terra.
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No final dos anos 1950, a União Soviética buscava manter sua liderança na exploração espacial após o sucesso do Sputnik 1. Para dar o próximo passo, os cientistas escolheram uma cadela vira-lata resgatada das ruas de Moscou. Batizada inicialmente de Kudryavka, ela se tornaria mundialmente conhecida como Laika.
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Laika foi escolhida por seu temperamento calmo e porte pequeno, ideais para os testes em cápsulas espaciais. Em 3 de novembro de 1957, ela foi lançada ao espaço a bordo do Sputnik 2, com a missão de fornecer dados sobre como um ser vivo reagiria à ausência de gravidade e ao confinamento em órbita. Durante o lançamento, seu batimento cardíaco disparou, só se estabilizando após a entrada em microgravidade, mas o estresse era evidente.
Poucas horas após o lançamento, entre cinco e sete horas, Laika morreu devido ao superaquecimento da cápsula e ao estresse extremo. O fato mais chocante, revelado anos depois, foi que a missão nunca previu seu retorno: a cápsula não tinha sistema de reentrada e, mesmo que ela tivesse sobrevivido mais tempo, o oxigênio acabaria em cerca de dez dias.
O engenheiro Yevgeniy Shabarov relatou que, antes de selar a cápsula, a equipe se despediu da cadela com um beijo no focinho, cientes de que ela não sobreviveria. A história, antes celebrada como conquista científica, passou a ser vista com pesar e revolta por muitos que só recentemente descobriram os detalhes da missão.
Apesar da dor que causou, o voo de Laika foi um marco na exploração espacial, abrindo caminho para futuras viagens humanas. Seu sacrifício involuntário ainda hoje levanta reflexões sobre os limites éticos da ciência e o custo do progresso.


