
Cristina Kirchner acena ao público da sacada de seu apartamento em Buenos Aires. (Foto: Instagram)
A Justiça Federal da Argentina ordenou o confisco de 20 propriedades pertencentes à ex-presidente Cristina Kirchner e seus familiares. A medida foi tomada após sua condenação por envolvimento em um esquema de corrupção relacionado a contratos de obras públicas em rodovias, conhecido como Caso Vialidad.
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O valor arrecadado com os bens será usado para cobrir parte do prejuízo causado ao Estado, estimado em 685 bilhões de pesos argentinos, o equivalente a aproximadamente R$ 2,6 bilhões. A Justiça ainda pretende apreender mais ativos de Kirchner e de outros oito condenados para alcançar o montante determinado.
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Cristina Kirchner é uma figura central na política argentina, tendo ocupado os cargos de presidente entre 2007 e 2015, vice-presidente de 2019 a 2023, além de ter sido primeira-dama, senadora e deputada federal. Atualmente, cumpre pena de seis anos em prisão domiciliar, monitorada por tornozeleira eletrônica, em Buenos Aires.
Das 20 propriedades confiscadas, apenas uma estava em nome de Cristina. As demais estavam registradas em nome de seus filhos, Máximo e Florencia Kirchner, que não foram condenados. No entanto, a decisão judicial permite o confisco de bens de pessoas que tenham se beneficiado dos lucros do crime, mesmo que não tenham sido formalmente acusadas.
O Tribunal Oral Federal 2 destacou que o confisco tem como objetivo principal eliminar os ganhos obtidos de forma ilícita e impedir que o crime gere benefícios patrimoniais. A medida segue a tradição penal argentina de neutralizar os efeitos econômicos de atividades criminosas.
Cristina afirma ser vítima de perseguição judicial com motivações políticas, prática conhecida como "lawfare". Ela alega que o processo foi conduzido por setores alinhados à direita e a interesses estrangeiros. A sentença foi confirmada pela Suprema Corte em junho, encerrando os recursos legais disponíveis.
A ex-presidente cumpre a pena em um apartamento localizado no bairro Constitución, na capital argentina. O caso continua a gerar repercussão no cenário político do país, com aliados como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestando apoio público à ex-líder argentina.

