
Moradores palestinos retornam a campos devastados na Cisjordânia após ofensiva israelense. (Foto: Instagram)
A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quinta-feira (20/11) que as expulsões promovidas por Israel no início de 2025 em três campos de refugiados palestinos na Cisjordânia ocupada configuram crimes de guerra e contra a humanidade. A entidade afirma que cerca de 32 mil pessoas foram forçadas a deixar os campos de Jenin, Tulkarem e Nour Shams durante a operação militar chamada “Muro de Ferro”.
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Segundo o relatório de 105 páginas divulgado pela HRW, o Exército israelense impediu o retorno dos moradores e destruiu milhares de residências. A pesquisadora Milena Ansari declarou à Reuters que, mesmo após dez meses, nenhuma família conseguiu retornar às moradias originais.
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O Exército de Israel alegou que a destruição de estruturas civis foi necessária para evitar seu uso por combatentes, embora as Convenções de Genebra só permitam deslocamentos civis em casos excepcionais. A HRW pede que líderes israelenses envolvidos sejam responsabilizados judicialmente.
O relatório detalha ainda que soldados israelenses invadiram e saquearam casas, utilizando drones com alto-falantes para ordenar evacuações. Escavadeiras foram usadas para demolir construções, forçando os moradores a buscar abrigo em casas de parentes, mesquitas e escolas, sem qualquer assistência oficial.
Um dos deslocados, Hicham Abou Tabeekh, relatou que sua família teve que sair sem levar alimentos, água ou medicamentos. A HRW entrevistou 31 palestinos afetados e analisou imagens de satélite, vídeos verificados e ordens de demolição para compor o relatório.
A organização contabilizou mais de 850 estruturas destruídas, enquanto dados da ONU apontam para 1.460. Israel justificou a operação como um esforço contra “elementos terroristas”, mas não explicou as expulsões em massa nem a proibição de retorno.
A HRW afirma que essas ações fazem parte de uma política de apartheid e perseguição. A ONU também acusou Israel de genocídio em Gaza, responsabilizando lideranças como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Israel nega as acusações, alegando legítima defesa.
A HRW também denuncia detenções arbitrárias, violência de colonos e tortura de prisioneiros palestinos. A entidade pede sanções contra autoridades israelenses, suspensão de vendas de armas e cumprimento de mandados do Tribunal Penal Internacional contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant.

