
Bolsonaro dá versões contraditórias sobre dano em tornozeleira eletrônica, agora investigada pela PF. (Foto: Instagram)
Jair Bolsonaro (PL) apresentou três justificativas distintas para o dano causado à tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) desde julho. Apenas uma dessas versões foi oficialmente registrada na Justiça: a de que o incidente foi causado por um surto.
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As outras duas explicações surgiram de forma informal. A primeira foi relatada por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), que informaram que Bolsonaro teria batido o dispositivo em uma escada. No entanto, uma análise técnica constatou sinais de queimadura ao redor da tornozeleira, especialmente na área de fechamento, o que contradiz a versão inicial.
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A segunda explicação surgiu quando a diretora adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), Rita de Cássia Gaio Siqueira, foi até a casa do ex-presidente após o alerta de violação. Em vídeo gravado, Bolsonaro admitiu ter usado um ferro de solda por “curiosidade”, negando ter rompido o equipamento.
Já na audiência de custódia realizada no domingo (23/11), Bolsonaro mudou novamente a versão, alegando que o dano foi resultado de um surto causado pela interação entre dois medicamentos: Pregabalina e Sertralina. Ele afirmou que teve alucinações e acreditou que havia uma escuta instalada na tornozeleira, o que o levou a tentar abri-la.
Segundo ele, o episódio ocorreu durante a madrugada e, no momento, estavam em casa sua filha, um irmão e um assessor — todos dormindo. Bolsonaro disse ter parado ao “cair na razão” e depois comunicou o ocorrido à equipe de monitoramento.
Essa foi a única explicação levada oficialmente à Justiça. O episódio foi um dos fatores considerados pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para converter a prisão domiciliar em preventiva, citando também risco de fuga e a convocação de vigília por Flávio Bolsonaro.
A tornozeleira será analisada pela Polícia Federal, que buscará identificar danos e possíveis ferramentas utilizadas. A defesa de Bolsonaro foi notificada a prestar esclarecimentos formais até a tarde de domingo (23).

