Circulam pelas redes sociais diversos textos e vídeos afirmando que o chá, feito com a casca da planta “quina quina”, é eficaz na cura contra o novo coronavírus. A planta, também conhecida como murta-do-mato”, é uma árvore baixa, encontrada em áreas do Norte e do Nordeste brasileiro, e costuma ser usada por comunidades das regiões para fins medicinais.
Essa informação é falsa e perigosa. Assim como, no mês passado, circulou um boato afirmando que a quinino presente na água tônica era capaz de curar a Covid-19, dessa vez a presença da substância na quina quina também surge como uma oportunidade para que se espalhem notícias falsas.
As mensagens e vídeos que circulam nas redes fazem uma relação entre a quinina, ou quinino, presente da casca da quina quina e a presença da substancia na cloroquina. O remédio que vem sendo propagado por muitos líderes mundiais, como Jair Bolsonaro e Donald Trump, como a cura contra o coronavírus. Porém, não existe nenhum estudo científico que comprove essa eficácia, além disso, o uso do medicamento de forma errada pode causar danos à saúde, sendo a arritmia cardíaca um dos possíveis efeitos colaterais.
Mesmo se a cloroquina fosse, de fato, eficaz contra a Covid-19, a concentração presente na casca da árvore não seria suficiente para tornar-se um princípio ativo no chá. Informações como essa, além de falsa, são perigosas, pois as pessoas podem se sentir seguras ao consumir a bebida e deixarem de tomar as devidas precauções, como higienizar as mãos e o isolamento social, que são muito importantes nesse momento em que o Brasil já registra 291.579 pessoas infectadas com a doença e o número de mortos subiu para 18.859.
Na última quarta-feira (20) o Ministério da Saúde divulgou um protocolo que liberou ao SUS o uso de cloroquina, até em casos leves de Covid-19, apesar de nenhum estudo comprovar a eficácia do remédio. O próprio documento do governo afirma que não há garantia de cura e que o medicamento pode até levar à morte. Nenhuma autoridade assina protocolo que foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich que, em menos de um mês, pediu demissão do cargo.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.