Circula nas redes sociais um post afirmando que Denis Mukwege, que é médico na República Democrática do Congo e foi vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2018, teria afirmado que recebeu orientações para alterar números de casos e óbitos de Covid-19 em seu país. O post que viralizou no Facebook afirma que, por esse motivo, o médico acabou deixando as equipes de combate à doença que liderava na região.
Essa informação é falsa. O texto que circula nas redes sociais não foi escrito pelo médico congolês. O boato foi desmentido pelo próprio Denis Mukwege que, em sua conta oficial no Twitter, indicou as redes sociais e sites que administra e avisou que qualquer conteúdo atribuído a ele que apareça fora desses canais, é falso.
Além disso, em uma nota para a agência de notícias internacional, AFP, a assessoria de Mukwege também negou que ele tenha feita a declaração que circula nas redes. “Essas palavras não são do Dr. Denis Mukwege. É inacreditável que a mídia e pessoas online compartilhem essa falsa informação quando temos contas oficiais onde sua demissão foi explicada e justificada”, disse a assessoria.
Mukwege foi nomeado pelo governador da província de Kivu do Sul, na República Democrática do Congo, em 30 de março, para liderar duas missões contra a pandemia causada pela Covid-19 na região. Porém, em 10 de junho ele pediu demissão do cargo, alegando que teria encontrado dificuldades que o impediram de aplicar estratégias traçadas.
Segundo o médico, as duas principais dificuldades eram a impossibilidade de testes rápidos e a falta de medidas de prevenção. Além disso, ele mencionou que aconteceram alguns problemas organizacionais, mas não detalhou o que isso poderia ser. Porém, ao contrário do boato que circula nas redes sociais, Mukwege jamais alegou que teria sido pressionado a manipular os números de casos e óbitos de Covid-19.
O médico recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2018 pelo trabalho que realizou atendendo vítimas de abuso sexual, em uma reportagem da BBC é possível ver que, cerca de 30 mil pessoas tenham sido tratadas por Mukwege na República Democrática do Congo.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.